As companhias aeroespaciais privadas e o futuro da NASA
Escrito pela astronoma Clara Moskowitz para o site Space.com, o artigo fala sobre a decisão da NASA de entregar à iniciativa privada a construção de veículos de exploração espacial tripulada. Nessa nova corrida, 4 empresas estão na disputa: entre elas a Boing e a SpaceX.
"NASA financia futuras companhias aeroespaciais privadas"
Por Clara Moskowitz, para o portal Space.
Traduzido por Stephanie D'Ornelas, para o HypeScience.
Pouca gente sabe, mas a NASA está aposentando seus ônibus espaciais (os famosos space shuttles) pouco a pouco.
Agora, imagine um futuro em que empresas privadas constroem suas próprias naves, em substituição aos ônibus espaciais, e promovem passeios ao espaço. Esse é o mais novo sonho da agência espacial americana, que nesta semana deu o primeiro passo decisivo nesta direção.
Após uma espécie de licitação, quatro empresas receberam verba da NASA para construir suas próprias naves espaciais. É o projeto “Commercial Crew Development 2″ (literalmente, desenvolvimento de tripulação comercial 2), o CCDev2.
Essa iniciativa, além de inovadora, é sustentável. A ideia é que as empresas façam suas naves a partir de um material já existente; no caso, os ônibus espaciais aposentados da própria NASA. Em circunstâncias normais, esses equipamentos teriam de ser resgatados à Terra apenas para não se tornar Lixo Espacial. Com o CCDev2, os ônibus se transformarão em dois tipos de veículos espaciais.
O primeiro são as já citadas naves comerciais, que na teoria poderão levar cidadãos comuns ao espaço com regularidade (aqueles que puderem pagar, naturalmente, mas o preço será menos inacessível que o atual). A outra seriam naves não tripuladas que levam materiais metálicos às estações espaciais e de volta delas, função que hoje é desempenhada pelos ônibus.
Na “licitação”, não houve apenas um vencedor, mas quatro, e cada empresa ganhou uma quantia diferente. A empresa Boeing, de Houston (Texas, EUA) ganhou cerca de 143 milhões de reais. A Sierra Nevada, de Louisville (Colorado, EUA) levou 124 milhões. A empresa SpaceX, de Hawthorne (Califórnia, EUA) recebeu 116 milhões de reais para seu projeto, enquanto a Blue Origin, de Kent (Washington, EUA), ganhou 34 milhões.
Chama a atenção o fato de que apenas duas, dentre as quatro empresas, são exclusivamente voltadas à produção de itens espaciais. A Boeing também produz aviões comerciais e a Sierra Nevada constrói itens eletrônicos de vários tipos. A empresa Blue Origin, fundada pelo criador do site Amazon.com, se dedica totalmente à causa espacial. Já tem o turismo espacial como uma das pautas de desenvolvimento da companhia.
A SpaceX, no entanto, é a que já está mais avançada. É a única das quatro que já mandou de fato um veículo ao espaço, e está trabalhando em um sistema de lançamento de naves, que serve para separar o foguete do módulo espacial após o lançamento. A Boeing, por sua vez, já está desenvolvendo um módulo mais moderno, que evita lixo espacial e tem outros aprimoramentos.
É claro que esse projeto não ficará pronto do dia para a noite. Os cientistas acreditam que só ficará pronto em meados dessa década de 2010. Mas os representantes da NASA enfatizam que as metas estão sendo cumpridas no prazo, e o projeto está caminhando mais rápido do que o determinado.
Se essas quatro iniciativas decolarem, a ideia é que a licitação reabra em 2012 para mais empresas, que já terão suporte técnico básico. No futuro, poderemos ter dezenas de companhias aeroespaciais, assim como temos companhias aéreas.
Fonte:
Space (30 junho 2011)
HypeScience (4 julho 2011)
"NASA financia futuras companhias aeroespaciais privadas"
Por Clara Moskowitz, para o portal Space.
Traduzido por Stephanie D'Ornelas, para o HypeScience.
Pouca gente sabe, mas a NASA está aposentando seus ônibus espaciais (os famosos space shuttles) pouco a pouco.
Agora, imagine um futuro em que empresas privadas constroem suas próprias naves, em substituição aos ônibus espaciais, e promovem passeios ao espaço. Esse é o mais novo sonho da agência espacial americana, que nesta semana deu o primeiro passo decisivo nesta direção.
Após uma espécie de licitação, quatro empresas receberam verba da NASA para construir suas próprias naves espaciais. É o projeto “Commercial Crew Development 2″ (literalmente, desenvolvimento de tripulação comercial 2), o CCDev2.
Essa iniciativa, além de inovadora, é sustentável. A ideia é que as empresas façam suas naves a partir de um material já existente; no caso, os ônibus espaciais aposentados da própria NASA. Em circunstâncias normais, esses equipamentos teriam de ser resgatados à Terra apenas para não se tornar Lixo Espacial. Com o CCDev2, os ônibus se transformarão em dois tipos de veículos espaciais.
O primeiro são as já citadas naves comerciais, que na teoria poderão levar cidadãos comuns ao espaço com regularidade (aqueles que puderem pagar, naturalmente, mas o preço será menos inacessível que o atual). A outra seriam naves não tripuladas que levam materiais metálicos às estações espaciais e de volta delas, função que hoje é desempenhada pelos ônibus.
Na “licitação”, não houve apenas um vencedor, mas quatro, e cada empresa ganhou uma quantia diferente. A empresa Boeing, de Houston (Texas, EUA) ganhou cerca de 143 milhões de reais. A Sierra Nevada, de Louisville (Colorado, EUA) levou 124 milhões. A empresa SpaceX, de Hawthorne (Califórnia, EUA) recebeu 116 milhões de reais para seu projeto, enquanto a Blue Origin, de Kent (Washington, EUA), ganhou 34 milhões.
Chama a atenção o fato de que apenas duas, dentre as quatro empresas, são exclusivamente voltadas à produção de itens espaciais. A Boeing também produz aviões comerciais e a Sierra Nevada constrói itens eletrônicos de vários tipos. A empresa Blue Origin, fundada pelo criador do site Amazon.com, se dedica totalmente à causa espacial. Já tem o turismo espacial como uma das pautas de desenvolvimento da companhia.
A SpaceX, no entanto, é a que já está mais avançada. É a única das quatro que já mandou de fato um veículo ao espaço, e está trabalhando em um sistema de lançamento de naves, que serve para separar o foguete do módulo espacial após o lançamento. A Boeing, por sua vez, já está desenvolvendo um módulo mais moderno, que evita lixo espacial e tem outros aprimoramentos.
É claro que esse projeto não ficará pronto do dia para a noite. Os cientistas acreditam que só ficará pronto em meados dessa década de 2010. Mas os representantes da NASA enfatizam que as metas estão sendo cumpridas no prazo, e o projeto está caminhando mais rápido do que o determinado.
Se essas quatro iniciativas decolarem, a ideia é que a licitação reabra em 2012 para mais empresas, que já terão suporte técnico básico. No futuro, poderemos ter dezenas de companhias aeroespaciais, assim como temos companhias aéreas.
Fonte:
Space (30 junho 2011)
HypeScience (4 julho 2011)
As companhias aeroespaciais privadas e o futuro da NASA
Reviewed by OTÁVIO JARDIM ÂNGELO
on
21:21
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